José Rolneis Pinto nasceu em Pirinópolis, no interior de Goiás, mas viveu boa parte da vida em Brazlância (DF), onde iniciou a carreira e jogador de futebol pelo Brasilandense, aos 16 anos. Assim como a maioria dos brasileiros, tinha o sonho de ser um craque da bola. O que não sabia é que, em pouco tempo, descobriria que seu verdadeiro talento não estava nos pés, mas nas mãos.
Rolneis jogou no clube até os 19. "Trabalhei na roça para completar a renda¿, diz. Passou por maior dificuldade financeira quando o salário começou a atrasar. Decidiu mudar de carreira: ser caubói de rodeio. ¿Construí uma arena, peguei alguns touros emprestados e comecei a treinar. Eu acreditava no sonho", conta.
Aos 23, o competidor interrompeu o desejo de ser peão por um tempo. Seu irmão precisou de um rim e, sem pensar duas vezes, Rolneis foi o doador. A gentileza tirou o atleta por um ano das arenas. Quando voltou, teve de começar do zero.
O retorno à carreira, no entanto, iniciou-se em outra cidade, a maior do Brasil: São Paulo. No interior paulista, conheceu atletas de nome no esporte, como Lucimar Laureano e Magno Alves, que o convidaram para participar do campeonato nacional. Quando entrou no torneio, outro problema afastou o caubói dos rodeios, desta vez, um furúnculo no braço. "Meu braço ficou três vezes maior do que o tamanho normal", explica. Voltou para Brasília e tratou a doença de pele com um médico amigo.
Hoje, com 30 anos, Rolneis mora em Olímpia (SP) e já conquistou independência financeira. No momento, luta para se firmar no TOP 40 da PBR Brasil, o Campeonato Brasileiro de Montaria em Touros, onde já esteve por duas vezes.
Conhecido por ter opinião forte, acha que falta "originalidade" em alguns competidores e que eles precisam honrar mais a bota e o chapéu. "Vejo todo mundo querendo vencer o Agressivo (touro invicto) por causa dos R$ 35 mil e não por ego próprio, por ser caubói ou para mostrar que é mais agressivo que o touro. Precisamos ter mais orgulho do que fazemos, o dinheiro é o resultado do trabalho. Estão olhando o dinheiro e esquecendo da nossa tradição", opina.